A quinta edição do ciclo “Le Brésil en Questions”, dedicado às circulações literárias entre Brasil e França e seus atores, convida Marie Helene Catherine Torres, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (CNPq Brasil) a dar uma conferência sobre a coleção que ela lançou voltada para a tradução de relatos de viagem.
Resumo
A literatura verde, a ecoliteratura e seus ecotemas revelam a natureza, o meio ambiente, a Terra, como temáticas, personagens ou figura do discurso narrativo e mostram, de certa forma, as relações da natureza e do homem, através de um olhar crítico sobre a forma e o trabalho de escrita, isto é, sobre o que representa a essência da literatura. É o caso da literatura de viagem do século XVI até o início do século XX, escrita em línguas estrangeiras, que, num apagamento da história e da história da literatura, quase nunca foi traduzida para o português do Brasil. A minha apresentação se divide, portanto, em três partes. Em primeiro lugar, esboço um panorama teórico das principais manifestações e publicações do que chamo de ecoteorias nos Estudos da Tradução oriundas de regiões “periféricas” como a China (Hu Gengshen), o Quebec (Blanc), a Romênia (Constantinescu), a Irlanda (Cronin) ou ainda a Finlândia (Vihelmaa). Em segundo lugar, mostro como o Brasil (Bora, GEco, Purvin) se encontra numa virada eco, particularmente neste início de terceiro milênio, propondo uma abordagem teórico especifica, a ecotradução. E finalmente, abordarei, a partir de projetos de internacionalização das universidades brasileira, o recém interesse e a necessidade de traduzir relatos de viagem sobre e na Amazônia (des mulheres como Langlay-Dufresnoy, Coudreau) escritos em línguas estrangeiras, na e sobre a Amazônia por viajantes e nunca traduzido em português na sua grande maioria.
Marie Helene Catherine Torres é Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil) onde atua na Pós-Graduação em Estudos da Tradução e pesquisadora do CNPq. É ainda docente-pesquisadora da Pós-Graduação em Estudos da Tradução da Universidade Federal do Ceará. Publicou entre outros Variations sur l´étranger dans les lettres: cent ans de traductions françaises des lettres brésiliennes (2004, Artois Presses Université), o Dicionário de Tradutores Literários do Brasil (coautoria, em 2005), Traduzir o Brasil Literário vol 1 (2011) e vol.2 (2014). Traduziu várias obras literárias infanto-juvenis do francês para o português do Brasil, obras teóricas como A tradução e a letra ou o albergue do longínquo de Antoine Berman (2013) e A língua mundial: tradução e dominação de Pascale Casanova (2021). É organizadora junto com Andréia Guerini e José Guilherme Fernandes dos números especiais da Revista Cadernos de Tradução “Traduzindo a Amazônia”, publicados respectivamente em 2021, 2022 e 2023.
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